Hoje se celebra o Dia do Estudante. Comemorado desde 1927, o dia comemora o acesso a um direito fundamental de todos os cidadãos: o ensino. Quase um século depois, surgiram novas didáticas, formas de enxergar a aprendizagem e, com isso, também novas arquiteturas que abrangem não só os avanços pedagógicos, mas também técnicos. Sendo assim, reunimos aqui sete exemplos de espaços educacionais brasileiros projetados depois de 2020 que, com soluções que destacam importantes pontos, ajudam a construir um pequeno panorama de referências sobre o tema.
Um espaço para a comunidade
Buscando uma reflexão sobre a criação de um espaço público democrático, junto de suas tensões, Carolina Penna Arquitetos realizou a Escola Parque – EMEI Cleide Rosa Auricchio como possível centro da comunidade. "O chão da escola é a extensão da praça que ali estava, forjado em um único equipamento público, com possibilidades para diferentes arranjos do espaço comunitário." Para isso, ela colocou no centro do projeto uma espécie de arena que serve para gerar encontros e promover eventos culturais.
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Já na CAMB Escola Caminho Aberto, a presença da natureza ajuda a transparecer valores e brindar mais conforto aos estudantes. A equipe responsável pelo projeto, Fernanda Dabbur Arquitetura + Carolina Penna Arquitetos, inseriu os laboratórios, a biblioteca e o espaço maker no pavimento inferior, dispostos ao redor do jardim. O vazio desta área se estende até a cobertura, permitindo a entrada de iluminação e ventilação naturais nas salas do pavimento térreo.
Eficiência construtiva
Na busca por sistemas construtivos eficazes e de fácil instalação e compatível com o orçamento, os pré-fabricados acabam constituindo uma opção bastante utilizada na construção de escolas. Königsberger Vannucchi Arquitetos Associados optou pelo uso deles na Escola Carandá Vivavida. Segundo os arquitetos "apesar da rigidez imposta, [o sistema pré-fabricado] trouxe elementos estruturais (vigas) para atender o conceito da permeabilidade visual entre as diversas etapas do ensino. Em sua concepção, foram considerados os conceitos de arquitetura bioclimática e estratégias de sustentabilidade para garantir conforto ambiental aos usuários. Para melhoria da eficiência energética, alguns conceitos como ventilação natural, resfriamento noturno, brises sobre os caixilhos, captação de energia solar, reuso de águas pluviais, cobertura verde, entre outros."
Inovação didática e espacial
Quando se trata de novas abordagens no campo de ensino, o projeto da Escola Wish21, realizado pelo Garoa, parece seguir as inovações didáticas ao se apropriar de um galpão pré-existente. Nele, "as ações são pautadas por procedimentos de demolição e enxerto, retirando excessos de construção e inserindo novas estruturas que possibilitam a criação de espaços flexíveis capazes de abrigar as diversas atividades propostas."
Quebrando hierarquias
Num formato inovador semelhante, Pitá Arquitetura foi o escritório responsável pelo projeto do Complexo Educacional Inteli, no qual "os ateliês foram pensados para descentralizar a figura do professor, colocando os alunos também como protagonistas do seu próprio ensino e futuro. Para isso, nenhuma das salas possui 4 lados, em todas as paredes temos espaços para escrever e projetar e eliminar a noção de 'frente e fundão'."
Conexão com o exterior
O exemplo da ECP – Escolinha do Clube Pinheiros, projetada por Oficina Aberta + Firma Arquitetura, apresenta uma implantação assimétrica para gerar áreas externas distintas para a realização de atividades e aulas ao ar-livre, cada qual vinculada a uma das salas de aula - brinquedoteca, artes e música.
Adaptando espaços
Por fim, a ECE – Escola Camino serve como exemplo dos edifícios que são reabilitados para transformar espaços que não foram projetos como um ambiente educacional. O GOAA - Gusmão Otero Arquitetos Associados foi o responsável em adaptar uma antiga concessionária de carros no colégio, que teve como principais estratégias projetuais "tirar partido tectônico e espacial das demandas relacionadas à climatização e iluminação natural dos ambientes. As grandes demolições de lajes permitem tanto a iluminação natural dos ambientes mais escuros da edificação ao longo de todos os pavimentos, quanto a circulação de ar natural, que entra mais fresco próximo do solo no pavimento inferior e sai mais quente pela nova cobertura ventilada que protege a circulação vertical."